Se não me falha a memória, o ranking das perguntas mais frequentes que chegam a este quiosque já não é actualizado desde 18 de Dezembro de 2006, pelas 16 horas e 23 minutos. Por uma razão muito simples: o ranking mantém-se inalterado desde então e, suponho, desde quase sempre.
Em 3º lugar encontra-se o “pode-me mostrar aquela revista, sem compromisso?”, e respectiva resposta “com certeza, minha senhora”, embora muitas vezes fique no final com a sensação que deveria ter estabelecido um compromisso prévio com a senhora. A senhora vai, a revista fica.
No 2º lugar do pódio surge o clássico dos quiosques portugueses “Pode dar-me a Maria?”, ou nos quiosques americanos “Do you Marry me?”.
Em 1º lugar, destacadíssimo, com grandes picos ao final da tarde de 3ªs e 6ªs feira, temos o inevitável “Regista o Euromilhões?”. A resposta, essa, surge em forma de indicação: “Lá ao fundo, a seguir à pastelaria”, que brevemente terá que sofrer uma actualização, uma vez que está a nascer uma nova pastelaria antes da pastelaria que se encontra antes da florista que regista o euromilhões.
Nos 100 metros que distam do quiosque à florista que regista o euromilhões é normal que um ou outro cliente se perca nas complexas instruções que recebeu momentos atrás. Encontra o seu caminho de volta e leva instruções mais precisas por parte da minha pessoa: “Lá ao fundo, a seguir à pastelaria”. E regressa com uma dose extra de confiança para a sua busca da floresta urbana onde também se regista o euromilhões.
No mês de Agosto há uma pergunta mais frequente que costuma ameaçar o top 3: “Pode indicar-me um posto de turismo?”. Viro-me de lado, estico o braço esquerdo e saem as indicações “Sempre em frente, uns 15 minutos a pé, perto de uma torre com um relógio em cima, mesmo junto à praia”. Nos 3000 metros que distam do quiosque até ao posto de turismo é normal que alguns clientes se percam. O que não é normal é que percorram 200 metros, regressem ao quiosque, e em vez de me levarem a Maria para ler no caminho, me deixem apenas as palavras “ó senhor, não encontrei praia nenhuma!!”
Com muito nervo à mistura, próprio das ocasiões únicas e especiais, está feito. Está lançado. Espero que apreciem o livro, tanto como o gozo que me deu escrevê-lo.
Um muito obrigado a todos os que comigo partilharam este momento, não apenas ontem, mas ao longo de todos estes anos.
Directamente do quiosque, onde pousam vários exemplares preparadíssimos para serem gamados ou enviados para qualquer lugar do mundo (não se acanhem), lanço, para além do livro, beijinhos e abraços.
Este quiosque vem equipado com um par de caixas
onde são colocadas as publicações do dia. Para aqueles
que gostam de perceber a logística das coisas, o processo
funciona da seguinte forma. De manhã bem cedo os maus,
que têm a chave das caixas, despejam material lá para dentro
e fecham-nas. De manhã bem cedo, mas um bocadito mais
tarde, o bom, que sou eu e que também tem as chaves das
caixas, recolhe o material e deixa a caixas abertas, porque
de tarde bem tarde aqui o bom tem que devolver os jornais
que não vendeu.
Ora, durante o período em que as caixas permanecem
abertas, nunca nada de extraordinário se passou lá dentro.
Até ontem.
Um menino de 3 anos de nome Telmo decidiu que uma
das caixas em questão se encontrava no lugar apropriado, à
hora certa e com as dimensões correctas para se escapar de
levar duas palmadas da mãe, por motivos que não chegaram
a ser devidamente apurados. Resumindo, às 8 da manhã eu
tinha 20 quilos de publicações na caixa. Às 5 da tarde tinha
lá dentro um menino de 3 anos.
A vida dá muitas voltas. Que o diga o Telmo. Às 5 da
tarde o Telmo pensava que ia levar duas palmadas. Depois
de 10 minutos a viver dentro de uma caixa de quiosque,
acabou por levar 4.
Hoje de manhã gerou-se o pânico e verificou-se uma corrida às bancas que gerou uma descapitalização ao nível da imprensa escrita em banca. O regulador de crises em bancas decidiu assim dividir o quiosque em dois: o quiosque mau e o quiosque novo. No quiosque mau ficaram os activos tóxicos: a Maria, a Nova Gente, o Correio da Manhã, o Jogo, o SG Gigante e a dívida do Sr.Martins de 7 de Janeiro de 2006. No quiosque novo está tudo o que é bom, onde obviamente me incluo.
O que é que vai acontecer agora? Ora, como nós não sobrevivemos sem as vendas da Maria, do Correio da Manhã e do SG Gigante, eu quero é que o regulador de crises em banca se lixe. Continuaremos assim a ser um quiosque mau, mas com coisas boas. Onde obviamente me incluo.
Voltem sempre!
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