Fotograficamente falando, revivi recentemente a minha história de vida, desde o meu primeiro nu integral, em 1974 (ah, que saudades de me darem banho ao som de Zeca Afonso!), até ao momento, dias atrás, em que o mais novo me apanhou a tirar um macaco do nariz. Ao juntar todos esses pedacinhos de vida, constato algo de estranho (e impensável nos dias de hoje): não há registos fotográficos entre os meus 7/8 anos e o primeiro cortejo da queima das fitas. Ou seja, na página 7 do álbum sorrio para a câmera e faltam-me 3 dentes da frente e na página seguinte ostento orgulhosamente uma garrafa de super-bock.
Não tem sido fácil lidar com este buraco negro de 10 anos, em que praticamente um quarto da minha vida não existe ou foi vivida a correr, sem tempo para deixar para a posteridade algo de muito ou pouco importante. Nem muito nem pouco. Nada. Dá a sensação que em termos fotográficos fui raptado por extra-terrestres. Sejam quais forem as razões, apesar do doloroso interregno fotográfico, a parte que está em falta pertence à fase do puto-estúpido, da pré-adolescência estúpida e do teenager estúpido. Há pouco de interessante para registar e ao mesmo tempo muito de importante para não poder ser fotografado. O álbum de recordações agradece. Só não sei como um dia vou explicar isto aos meus filhos.
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