Só me ocorreu dizer “na perspectiva do ladrão, hoje é a noite ideal para me assaltarem o quiosque” depois de o ladrão me assaltar o quiosque. Se eu dissesse “na perspectiva do ladrão, hoje é a noite ideal para me assaltarem o quiosque” antes de o ladrão me assaltar o quiosque, eu estaria perfeitamente certo. Dizê-lo depois torna a mensagem num desabafo de quem sabe que aquela era a noite ideal para ser assaltado. Mas eu disse-o, a caminho do quiosque, na tentativa frustrada de me consolar.
Estávamos na véspera de Natal, onze e tal da noite, pouco antes da chegada do pai natal, que por acaso nem chegou a aparecer. Alertado pelo pessoal que na noite de Natal ficou de plantão na central de alarmes da securitas não sei das quantas, lá foi metade da família a caminho do local do crime. Havia 60% de probabilidades de ser um mosquito gigante e 30% de probabilidades de o Tom Sawyer nº7 se ter suicidado de uma altura de 5 prateleiras. Nos restantes 10%... é larápio.
Saiu larápio. Partiu o vidro e foi embora, o que transforma o larápio num vândalo, num delinquente sem experiência profissional ou num bandido com a 4ª classe por completar – os inúmeros autocolantes que identificam a ligação de um alarme ao espaço comercial são mesmo verdadeiros e informam qualquer coisa como “ou partes esta merda toda rapidamente e levas o que tens a levar, ou a estridente e crescente campainha que não tarda vai soar encarrega-se de te furar os tímpanos e chamar para a rua metade da população vizinha”.
Portanto, isto foi 6ª feira, 24. Passei o Natal diferente, com 748 maços de tabaco em casa. O quiosque ganhou um vidro novo, obrigado.
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