Quinta-feira, 4 de Janeiro de 2007

50/50

Rendo-me, temporariamente. Não me consigo desligar a 100% do papel de proprietário do quiosque e como tal... vou pedir a ajuda do público na Operação São Julião. O que eu vos peço é o seguinte: coloquem-se na posição de clientes de um quiosque e avaliem as duas propostas que o mesmo vos apresenta.

A proposta nº1 baseia-se num cartão de compras pré-pago e recarregável, de 5, 10, 20 e 50 euros, e que oferece 10 vantagens.
A proposta nº2 tem como princípio a adesão (gratuita) a um cartão-cliente do quiosque, e que oferece praticamente as mesmas 10 vantagens.

Facto: a proposta nº1 é mais vantajosa para o quiosque e a proposta nº2 é mais vantajosa para o cliente. Logo, suponho que a maioria de vocês optaria pela proposta nº2.

Aqui estão as duas propostas e depois seguimos para a questão essencial.

PROPOSTA Nº1
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PROPOSTA Nº2
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O conceito dos cartões pré-pagos ficou inserido na proposta nº2 como uma vantagem...

Está lido e relido? Então avancemos. Não saiam ainda da posição de clientes. Suponho que preferem a proposta 2 e que a melhor vantagem deste cartão é o facto de o quiosque vos levar o jornal a casa (alerto desde já que numa 1ª fase o quiosque só o fará se a sua casa estiver num raio de 2 km em relação ao quiosque). Certo? A questão que vos faço é: apesar de preferirem a proposta 2, se vos fosse apenas colocada a proposta 1, aderiam? (ou seja, o quiosque pede-vos antecipadamente um valor para gastar no quiosque e oferece-lhe 10 vantagens em troca).

Só mais uma questão. Podem sair da posição de clientes...
(...)
Já está?... Aquele senhor lá ao fundo de gravata azul às riscas... saia lá da posição de cliente, por favor. Obrigado.
Agora metam-se no meu lugar. Qual das propostas apresentariam aos vossos clientes? A nº1, a nº2, ou nenhuma?

Chutem!

"Leia, comente e participe na gestão de 6 metros quadrados. Aproveite, é inédito."
in Diário de um Quiosque.
publicado por ardinario às 21:15
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20 ardinarices:
De Anónimo a 4 de Janeiro de 2007 às 22:24
Caro Retalhista (defeito profissional da malta dos "isqueiros"),

Como cliente é sempre preferível o 2º, porque não existe um investimento inicial... no entanto a 1ª opção oferece garantias, visto que "paguei" logo posso exigir.

Sinceramente optaria pela 2ª opção... porque teria uma maior adesão, o que poderia originar uma base de dados sobre os clientes da zona do Kioske, que mesmo que esta iniciativa falhe, já tem mais informação para poder trabalhar na próxima. Caso resulte, depois pode facilmente passar para a 1ª opção a médio prazo.

É minha "humble opinion".

Abraço,


De Rui Dantas a 5 de Janeiro de 2007 às 03:04
A primeira hipótese tem, diria, uma grande probabilidade de ser um fracasso. Poucos clientes vão aderir, sendo no entanto verdade que quem aderir serão provavelmente bons clientes que é importante fidelizar. Eu era capaz de aderir.
A segunda opção deixa-me uma dúvida: não sendo pré-pago, e sendo a principal vantagem a entrega gratuita em casa, como é feito o pagamento? No acto? Para mim a vantagem seria ter o jornal cedinho (pouco depois de o quiosque o receber), mas não quero necessariamente ter de estar em casa, ou acordado.
Não concordo muito quando o comentador anterior diz que facilmente passaria da 2ª para a 1ª: depois de o ter de graça, quem é que quer passar a pagar? Parece-me mais viável o oposto: tentar a primeira, e se não resultar apresentar a segunda como grande oferta.


De Anónimo a 5 de Janeiro de 2007 às 09:41
Do ponto de vista do cliente definitivamente a 2ª porque mantém sensivelmente as mesmas e surpreendentes condições mas eu, como eventual proprietário, não deixo de fazer a pergunta do meu antecessor: "não sendo pré-pago, e sendo a principal vantagem a entrega gratuita em casa, como é feito o pagamento?"

Alguns comentários adicionais:
Vantagem 1 - Entrega obrigatória todos os dias ou pode ser "activada" com um telefonema da véspera? Se for todos os dias comigo não pega. Pode ser difícil gerir as quantidades a encomendar pelo quiosque mas nem sempre é oportuno receber diariamente o jornal porque se pode estar ausente ou nem ter tempo para o ler. Por outro lado quanto mais diferida no tempo for a entrega do jornal mais tempo o dinheiro fica na posse do quiosque aumentando a liquidez.
Vantagem 7 - Cheira a demagogia. Se não disser o que se pode "comprar" com os pontos no limite será: "Junte 5 milhões de pontos e receba um desconto de 5% sobre a revista Maria de há 15 dias!"

Por último talvez alterasse os montantes. Atendendo a que o mês tem 30 dias talvez optasse por pré-pagos de 15, 30, 60 e 90 Euros com descontos crescentes na vantagem 7.

E começaria pela hipótese 1 alterando (especificando um pouco melhor) as vantagens.


De Anónimo a 5 de Janeiro de 2007 às 10:30
Caro Ardinário,

Como Cliente (e utilizador de diversos cartões de Cliente e Fidelização) parece-me que a opção 1, talvez com valores inferiores, a mais adequada e que mais favorece os interesses de ambas as partes. Para o Quiosque tem uma receita adiantada, fidelizando o Cliente. Para este (e como diz o Insano), como paga pode exigir e beneficia das vantagens propostas. Além disso, o pagamento antecipado funciona como compromisso recíproco (um obriga-se a comprar e o outro a vender).

A opção 2 tem uma grande desvantagem que é a ausência do tal compromisso e funciona sem qualquer envolvimento. Usa, se quer e quando quer. Parece-me que o Quiosque procura uma relação estável com os Clientes e não apenas uma amizade colorida.

Vai favorecer e facilitar a vida aos PPV (Pede, Paga e Vai embora). Estes devem passar a PPR (Paga, Pede e Recebe).

Pode ainda implementar ambas, sendo a segunda com menos vantagens ou então limitada no tempo, tipo 1 mês para teste.

Abraço,


De Sena - GoLiAs a 5 de Janeiro de 2007 às 13:14
Concordo com o que foi dito pelo anónimo, quando diz que as vantagens deveriam ser mas especificadas! Fazer um(a) senhor(a) idoso(a) entender que happy hour é um dia por semana que a pessoa tem descontos, ou que uma newsletter não é o jornal A Dica, pode-se tornar complicado! Tente por as vantagens de uma maneira vantajosa, passando o pleonasmo! Marketing é o segredo do sucesso, a seguir às vendas ;)
Voltando ao tópico, penso que são ambas as propostas válidas! Diferentes, mas válidas! Se, por um lado, a ideia de ter o cliente fidelizado, com os cartões pré-pagos, não é má solução (já agora, como funciona o sistema de cobrança nestes cartões?), existe a possibilidade de haver clientes que pensam como o meu paizinho! Quem paga antes, fica sempre mal servido! Acredito que não seja o caso!
Existem aí muitas arestas por limar, mas está no bom caminho ;)


De consumiodor a 5 de Janeiro de 2007 às 15:39
Parece-me claramente preferível, enquanto cliente, a opção "gratuita". Mas, se proprietário teria muitas dúvidas e provavwelmente avançaria com a opção pré-paga: Se gratuita, a quem e porquê interessaria mais um cartão? (Cada vez mais temos os bolsos e carteira cheios de cartões para tudo e mais alguma coisa). Fazemos nós próprios a selecção dos mais interessantes e,. sinceramenmte duvido que o do quiosque não fosse encarado como de menor importância e lá se diluiria o efeito fidelizador...
Normalmente, o que pagamos, queremos consumir. Claro que atinge-se uma menor quota de adesões, sendo pago, mas o que intressa ter mil cartões (por exemplo) distribu8ídos se apenas 10 ou 15% dos mesmos os usarem? Concordo que há que clarificar menor as vantagens )talvez reduzir o numero das mesmas, mas dar-lhes melhor conteúdo/consistência) e desenvolver melhor todo o conceito/objectivos do que poderá ser uma boa iniciativa.
Uma sugestão para uma vantagem: se comprar 6 diários do mesmo título durante a semana(3ª a domingo), na 2ª feira seguinte o quiosque oferece-lhe esse título.Ou se comprar todos os exemplares de um semanário durante 2 meses, no mês seguinte leva "à borla" o 1º exemplar.


De Alexandra a 5 de Janeiro de 2007 às 15:48
hmmm... a questão da cobrança na entrega a casa é pertinente. Mas o que mais me preocupa é a questão da newsletter, tem mesmo a certeza que quer fazer uma newsletter semanal? É só porque eu já pensei fazer dessas coisas (noutro contexto, claro) e dps há que puxar muito pela imaginação para arranjar assunto. Pense nisto.

Outra coisa - uma sugestão - conheço um caso de uns donos de um bar/restaurante que têm um acordo com uns donos de um quiosque e vendem lá alguns jornais do quiosque e em troca o dono do restaurante leva o jornal diário de graça... aumenta o canal de distribuição! Café + jornal é uma boa combinação.


De consumidor a 5 de Janeiro de 2007 às 15:54
Desculpem as gralhas do comentário anterior e gostaria de mais um esclarecimento: a margem do negócio justifica e suporta o incremento dos custos inerente à implementação dos cartões:

assim de repente, vejo custos de:
-produção dos cartões
-distribuição ao domicílio
-hardware para descarregar os pagamentos nos cartões (será o terminal POS?) HW próprio? como se processa quando o produto é entregue em casa? (o HW acompanha a pessoa quwe entrega?)
-descontos e ofertas previstas

Normalmente, estas coisas são viáveis a partir de um número minímo de adesões e que sejam fiéis num determinado período (também ele minimo) de tempo. Sugiro-lhe que tente efectuar essa avaliação antes de decidir avançar.


De ardinario a 5 de Janeiro de 2007 às 18:24
A proposta do cartão pré-pago e recarregável surgiu precisamente devido às dificuldades previstas que o quiosque teria em cobrar os jornais entregues. A única solução que vejo seria combinar o pagamento uma vez por semana, pois cobrar na hora está fora de questão.
A entrega dos jornais será feita a partir das 8:30, e poderá ser entregue em mão ou na caixa de correio.

Anónimo, a entrega não será obrigatória todos os dias e sim, poderá ser activada por telefone no dia anterior.
A vantagem 7 (1 euro=1 ponto. quantos mais pontos, mais descontos) acabou há momentos de se tornar mais específica. Está praticamente concluida uma parceria com uma conhecida livraria da cidade, onde poderão ser adquiridos livros com um desconto entre 5% e 10%, assim que um cliente no quiosque tenha atingindo um determinado número de pontos (a definir).
Quanto aos montantes dos cartões, também há a possibilidade de ser o cliente a escolher o valor, em múltiplos de 5. Assim permitirá fazer um cartão único, onde posteriormente se inserirá o valor pretendido pelo cliente. O que acham?

Neste momento também estou mais inclinado para a proposta 1...
Afinal como funcionam os telemóveis com carregamentos?? Carregam-se e só depois se dá uso ao carregamento, certo? Além disso, as vantagens parecem-me suficientemente atractivas para "investir" num cartão pré-pago. Mas concordo que algumas precisam de uns ajustes.
"Happy Hour" poderá passar para "todas as semanas, durante uma hora, desconto de 10% em todas as revistas" e "newsletter" poderá passar para "publicação periódica gratuita"...

Consumidor, a oferta de 1 diário na compra de 6 não é viável. Vai-se o lucro. O máximo será mesmo 1 jornal por 1 cartão de 20 euros ou 2 jornais por 1 cartão de 50. E sem tabaco à mistura!

alexandra, já fiz uma newsletter experimental. É um processo rápido. Novidades são coisas que não faltam num quiosque. Todas as semanas há colecções novas, revistas novas, brindes novos, etc...
A ideia do café é boa, e já me passou pela cabeça. Mas estou mais tentado a trazer a máquina de café para o quiosque :)

Consumidor, a implementação do cartão é um investimento. A produção do cartão tem custos (+- 30 euros) e o flyer também (+- 150 euros). A distribuição ao domicílio não implicará qualquer custo, a não ser tempo, e o processamento de carregamentos e contas dos clientes será feita... manualmente. Está tudo a ser planeado.

Obrigado a todos pela colaboração preciosa. Continuem a mandar postas ;)


De Anónimo a 5 de Janeiro de 2007 às 19:18
Bom, apesar de estar dito o fundamental, não quero perder a oportunidade de meter a colherada neste inédito exercício de gestão participada. Parece-me que o sucesso dos cartões, depende dos hábitos do consumidor: periódico ou esporádico; grande (vários jornais, revistas, semanários,etc.) ou pequeno; residente na área do "Quiosque" ou, pelo menos, assíduo frequentador da zona. Há clientes com as caracterísiticas necessárias para arriscar o investimento inicial da iniciativa? Se há, passemos à segunda dúvida: cartão 1 ou 2? Sinceramente, não me parece que o "modelo 2" faça grande sentido, para além de conter uma excessiva componente de risco. Admitamos que ele me era oferecido. Tudo bem, aceitava. Mas será que alguma coisa me obrigava a usá-lo, caso eu fosse um consumidor mediano de jornais? Penso que não, já que, nesse caso, as vantagens oferecidas pouco "tocavam o meu coração". A verdade é que aquele cartão que permanecia esquecido na minha carteira, tinha representado um custo/ investimento que nunca iria ter retorno. Sinceramente, não arriscava. Resumindo e concluindo, a iniciativa pode ser bem sucedida se: 1º) houver um nº suficiente de clientes com as características necessárias; 2º)puder avançar com o "modelo 1".
Um abraço


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