Terça-feira, 30 de Setembro de 2008
Fiquei hoje a saber que existe um Instituto Da Habitacao e Reabilitação Urbana.
Ao indivíduo do referido instituto que hoje pelas 15 e 41 visitou este blog: se eu durante a noite, sem fazer muito barulho, construir um anexo para arrumações diversas, vou dar trabalho ao Instituto? Ou Reabilitação Urbana é isto mesmo?
Obrigado e parabéns por ter aguentado no seu posto de trabalho até às 15 e 41.
É possível definir o perfil médio dos indivíduos que fumam Marlboro? É possível encontrar um padrão que se adeque aos fumadores de SG Ventil? É possível que um agarrado ao LM Lights sofra de um determinado desvio da personalidade que o distinga perfeitamente de um fumador de Camel? Ou seja, alguém me diz que se um gajo, lá porque fuma Marlboro, tem boas hipóteses de sacar mais de 5000€/mês, ou se fuma Kentucky, vive da Segurança Social para matar o vício? Não, ninguém me consegue dizer isto, pelo menos com um ar sério.
O mendigo da rua da republica, aquele que parece que ficou eternamente à espera do segundo álbum dos Sex Pistols… esse gajo, por exemplo, fuma e compra Marlboro. Já o futuro ex-agarrado que me ajuda a tirar os volumes das caixas, que é uma ajuda que vocês nem imaginam principalmente naqueles dias em que chego ao quiosque com vários inchaços da cintura para baixo… esse gajo fuma Chesterfield Lights, porque lhos vendo a 10 paus. O Mário Silva não fuma. O professor doutor fuma Tabaqueira. O ex-professor doutor que sacou do bigode depois de uma vitoriazita do seu clube no fim-de-semana, que suponho que já estivesse mesmo farto do bigode porque ele ultimamente não fazia mais nada senão prometer às filhas sacar do bigode assim que o seu clube começasse a ganhar jogos… esse ex-professor doutor não fuma, nunca fumou, mas se fumasse fumava Águia.
Portanto, para responder de vez à pergunta “É possível definir o perfil médio dos fulanos que fumam Marlboro ou outra merda qualquer?”, a minha resposta – e que ninguém se atreva a contrariar – é não, não é.
E agora vou ficar o resto da tarde a olhar para o monitor, enquanto faço
refreshs de 5 em 5 minutos ao
Rochemback.
Quinta-feira, 25 de Setembro de 2008
44.444 ( quarenta e quatro mil, quatrocentos e quarenta e quatro) é o número de Records que o quiosque precisaria de vender (com 15% de lucro) para fazer face à dívida do - e vamos chamar as coisas pelo nome que elas realmente têm - Município da Figueira da Foz. Coisa pouca.
Este mesmo município, em Fevereiro de 2008, cobrou ao quiosque perto de 300 euros pela taxa de ocupação de espaço público relativamente ao ano de... 2008! Com a seguinte imposição: ou pagas até ao último dia de Fevereiro ou a partir de Março passas a inchar 450 euros!
Desta forma, está em causa, a curto prazo, o posto de trabalho do funcionário deste quiosque, que o salário do gestor, esse já não sai há 3 meses.
Irei continuar a honrar os compromissos assumidos no contrato assinado com o município e com os fornecedores, e a lutar pela sobrevivência do quiosque enquanto me for legal e humanamente possível.
Quarta-feira, 24 de Setembro de 2008
Há mapas de sobras que um gajo olha para eles e dá vontade de colocar um cartaz lá fora a dizer "aluga-se este espaço de 4ª a 6ª feira".
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008
- Quanto custa este dvd?
- É oferta com o Sol.
- Com o Sol? O que é isso??
- É um jornal.
- Ah... Quer dizer que tenho que comprar o jornal para levar o dvd?
- Exacto.
- Deixe-me ver o jornal.
- (...)
- Ah... não, não levo... Olhe, levo só o dvd, pode ficar com o jornal. Quanto é?
- 2,50€
Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008
Arredem-se os leitores mais sensíveis à degradação humana, por favor.
Vómitos, febre, diarreia, mal-estar geral. À excepção do primeiro, foram estes os sintomas que herdei da herdeira. Primeiro eu, e agora o herdeiro, que ainda está na fase 1, coitado. Nesta altura do campeonato, só sobra a mãe e a tartaruga, se bem que o réptil hoje nem ao banho foi, pelo que antevejo a sua primeira noite de sofrimento. Se a coisa se alastra à mãe quero saber quem me faz a canja amanhã.
Foi uma noite bem movimentada, em que o grande factor de interesse esteve na procura de um lugar limpo e arejado onde a M. não tivesse despejado o almoço, ao mesmo tempo que tentava atenuar a minha própria fragilidade. Isto significa que dividi a noite entre o quarto, a sala e a casa de banho, sempre com a manta e o vírus às costas. Na fase de delírio ponderei passar o resto da noite na cozinha, ao lado da tartaruga, embrulhado na manta. Ou mudar-me para uma pensão. Acabei por não o fazer, o que não significa que não tenha passado a noite em branco.
É nestas alturas que um despertador perde toda a razão da sua existência. Acordar um gajo que já está acordado? Pfffff… isso também eu faço e não preciso de pilhas.
A abertura no quiosque antevia-se lastimável. De repente, todos me pareciam antipáticos e malvindos. Contei todos os minutos até à chegada do salvador. Ainda fiz as entregas. E as compras matinais. No pingo doce e na farmácia. Cheguei a casa e encontrei uma cama limpa, uma verdadeira raridade nas últimas 12 horas. Amochei e só acordei na hora de voltar ao quiosque.
De repente, os sintomas estavam no red line. Passar uma hora no quiosque nestas miseráveis condições, sem o mínimo de apoio técnico-sanitário, não é grande programa. Era como jogar na roleta. Pode ser que tenha que abandonar o tasco, atravessar a estrada, invadir o café vizinho, fazer o percurso inverso e admirar uma casa vazia. Ou pode ser que não.
Porra, fui um herói!
Quarta-feira, 17 de Setembro de 2008
A Asco lançou ontem um novo serviço para os seus clientes - sim, embora não precise de fazer nada para isso e os roube descaradamente, a Asco tem clientes. Trata-se de um sistema online onde é possível fazer pedidos de 2ªs vias, de alteração de quotas e de produtos suplementares.
É óptimo. Gosto. Tá porreiro. Dá jeito. Ajuda. Complementa. A eles também.
Mas falha ao ignorar as funcionalidades mais apropriadas a este tipo de negócio:"Correcção de remessas" e "Correcção de facturas". Até lá continuam a ser Asco.
O quiosque está rodeado de 3 bancos. O Barclays compra o Diário Económico. O BES leva o Record. O BCP… um SG Lights.
Todo o santo dia incomodo a massa cinzenta em busca de algo que faça do quiosque muito mais do que um simples local onde se compra o jornal.