Quinta-feira, 31 de Julho de 2008
...e o
Primeiro de Janeiro entrou em coma. Nunca vendi um único exemplar, apesar de todo o santo o dia receber 4 exemplares, até me cansar de os fazer voar directamente para a pilha de sobras, sem passar pela banca principal (se forem aos registos, oficialmente acabei por vender 8, das duas vezes em que a
Asco os debitou indevidamente, sem nunca devolver a diferença, evidentemente).
Já vi morrer o Independente e o Tal e Qual, mas o que mais me espanta é o espírito de sobreviviência do Semanário. Quase que apostava aqui um dos meus tomates em como vai ser o próximo a levar com a marretada final. Um dos tomates é melhor não... mas apostava a unha do dedão do pé direito, que está a precisar de ser reciclada.
Quarta-feira, 30 de Julho de 2008
Não tarda e este quiosque vai levar com um choque tecnológico nas trombas que até vai andar de lado.
( o ideal seria levar com um choque tecnológico nas trombas que até esticasse 2 metros para trás, que para a frente é passeio e tornava-se chato ao cliente ter que ir para a estrada comprar o jornal, sujeito a levar com um veículo tecnológico nas trombas )O choque vai permitir acabar de vez com a papelada pendurada por tudo o que é quiosque e juntar o lixo todo numa só peça de 25 por 17 centímetros. O pessoal da Acer veio ter comigo "
Oh zé gato, temos aqui uma cena que fizémos de propósito para ti. Vê lá se gostas". Eu gostei e eles resolveram fabricar para o público em geral.
Uma simples folha de cálculo vai revolucionar a gestão da coisa, que prometo disponibilizar assim que me apetecer, quando solicitado e quando estiver pronto.
Esta é a fase 1 do choque tecnológico. A fase 2 vai ser um verdadeiro choque, até para mim, e para já está reservada no segredo dos deuses.
Terça-feira, 29 de Julho de 2008
Se duvidas houvesse, comprovei este domingo que além de me safar relativamente bem à frente de uma banca, também era gajo para brilhar fortemente atrás de um balcão. A destreza e a rapidez com que despachei 30 pratos rasos em meia manhã foi das tarefas mais gratificantes para quem aqui chegou a pensar que um dia só ia vender jornais e outras coisas que tal.
E se pensarmos que de 2ª a sábado ando a vender talheres a 75 cêntimos a peça e ainda ofereço um jornal, sacar de um prato raso ao domingo e enfiá-lo dentro de um saco juntamente com um jornal, torna ainda a coisa mais espectacular. Houvesse mais um dia de semana e ainda me iam ver servir um arroz à valenciana juntamente com a Teleculinária.
“Ah e tal, tás pra aí a gozar, mas dá-te muito jeito vender trinta 24 horas ao domingo, quando em dias normais não vendes nem metade…”. Ora bem, estão aí alguns pingos de verdade, mas primeiro, eu não vendo trinta 24 horas ao domingo. Eu vendo 30 pratos rasos (ou de sopa, ou de sobremesa) a 1,25€ a peça e ainda ofereço um jornal. Jornais jornais… devo vender uns 10. Segundo, quando um cliente me formula o desejo “quero o jornal do prato, e o respectivo, por favor”, isto diz bem do uso que a pessoa vai dar ao jornal. E ao prato.
Eu só consigo descortinar duas estratégias para o “brindório” em que se transformou a venda de jornais. Uma: o cliente, atraído pelo brinde, acaba por ler o jornal. Gosta e continua a comprar, mesmo que não traga brinde. Estratégia aceitável, com resultados duvidosos. Outra: estimular o número de vendas em banca (não é por aqui que os jornais ganham dinheiro), permitindo apresentar trimestralmente números mais simpáticos, com consequências junto de quem lhes paga a publicidade (é por aqui). Estratégia duvidosa, com resultados aceitáveis. Com alguma dificuldade, ainda consigo ver uma outra estratégia: o pessoal dos jornais é tudo malta porreira, e gosta de oferecer brindes como forma de agradecer ao leitor o facto de ter comprado o seu jornal. Estratégia duvidosa, com resultados duvidosos.
Ninguém me tira da cabeça. Os jornais, hoje em dia, estão-se a vender pelas razões erradas. Espero bem que todos já tenham percebido isto.
Sexta-feira, 25 de Julho de 2008
Quinta-feira, 24 de Julho de 2008
Há mais ou menos 1 ano que não ouvia mais ou menos isto "olhe lá bem para a cara deles, então não se vê logo que são culpados!?".
O senhor A merecia um post só para si, mas o senhor A esteve envolvido num dos episódios mais caricatos que presenciei no quiosque. Além do senhor A, participaram neste episódio o senhor B e o senhor C, por esta ordem. Eu também entrei. Aliás, eu já lá estava desde as 8 da manhã.
A espectacularidade deste episódio está na forma como ele representa a visão que muitas pessoas têm deste país, o que só vem colocar uma pressão adicional sobre os meus dedos, pois tenho sérias dúvidas que consiga transformar em palavras aquilo que presenciei.
Deixem-me apresentar-vos o senhor A, mas não de forma exaustiva, que o senhor A é menino para me espetar duas galhetas no focinho se sonha que eu ando aqui a falar dele.
Embora a frase anterior represente bem o espírito do senhor A, tenho a acrescentar que o senhor A tem muita pinta na forma como escavaca por palavras (lê-se asneiredo do piorio) qualquer gaja que se apresente na capa de uma revista social, qualquer político que abra a boca para debitar meia dúzia de palavras ou qualquer cliente que se lhe atreva a lançar um olhar reprovador depois de escavacar fulano e fulana tal.
O senhor A usa dois tipos de abordagem à minha banca. 1. pega no jornal e vai embora. 2. pega no jornal, acende um cigarro e acomoda-se na ponta esquerda da secção de culinária, pronto a escavacar quem lhe vier à mona. São os preparativos da abordagem 2 que me deixam nervoso, e não propriamente o que se lhe segue. Por vezes é arrasador, mas rápido. Outras vezes, começa meiguinho, mas entusiasma-se e quase que transforma a coisa num speaker’s corner à portuguesa.
E foi assim que começou o episódio. Primeiro, umas bocas às mamas da Nereida. Depois, umas ameaças ao ministro das obras publicas. E o espasmo final, numa crítica ao país, que culminou com um “isto só vai lá ao tiro!”, repetido várias vezes, até à chegada do senhor B.
Garanto que o senhor B não conhece o senhor A de lado nenhum. Simplesmente aproximou-se do senhor A e disse, muito calmamente, como é seu timbre: “tem toda a razão, isto só vai lá ao tiro”. Chega o senhor C, que talvez conheça o senhor B, mas que garanto que não conhece o senhor A de lado nenhum. E exclama, num tom de voz que nunca lhe tinha ouvido: “Esta merda toda só se resolve ao tiro!”.
É notório agora que existe no ar um ambiente de cumplicidade entre os três senhores que se juntaram para comprar o jornal, embora nenhum deles saiba precisamente como se formou a discussão do tiro, nem a quem se dirige propriamente o tiro. Filha da putice e cambada de aldrabões e corruptos passa a fazer também do vocabulário, ao mesmo tempo que o senhor A dá cabeçadas na atmosfera, à Jardel, de cima para baixo como mandam as regras.
Até que subitamente, sem acordo prévio, com o desabafo na reserva, param para respirar e os seus olhares, apenas os seus olhares, pedem a minha conivência.
Não os podia defraudar, era uma oportunidade de ouro de satisfazer 3 clientes de uma só vez: “Aqueles cabrões da ***** devem-me rios de dinheiro, mas se lhes falho com o pagamento anual, a partir do dia seguinte obrigam-me a pagar mais metade da dívida!”.
“Tá a ver, tá a ver… isto… isto… isto só se resolve ao tiro!”, atira o senhor B (ou terá sido o senhor C... agora estou confuso).
Num fôlego final, os ânimos exaltam-se pela última vez e tive a certeza que se em vez de jornais, vendesse armas de fogo, tinha feito aqui um belo de um negócio.
Terça-feira, 22 de Julho de 2008
Correio da Manhã e Record (1,55€)
Nova Gente e Maria (1,90€)
Bola e SG Gigante (4,20€)
Expresso e Publico (4,30€)
Jornal do Sexo e 1 saco (priceless)
Segunda-feira, 21 de Julho de 2008
De uma entrevista à Meios e Publicidade: «M&P: O Metro funciona muito como veículo para o marketing das marcas, que fazem frequentemente acções de sampling ou de marketing directo. Os leitores conseguem distinguir os gratuitos das marcas e valorizá-los como um produto editorial?LR: Sim, nós temos muito cuidado nesse sentido. Temos uma bíblia editorial que é totalmente separada de tudo o que é acções da área comercial. Tanto em termos de layout, de visual e do jornal em si, não pode haver confusão para os leitor sobre aquilo que é uma acção das vendas, e aquilo que é um conteúdo editorial. Nós somos um jornal muito afoito para fazer coisas inovadoras na área comercial, mas muito tradicional naquilo que tem a ver com isenção e rigor dos conteúdos editoriais. Não vendemos conteúdo editorial. Por aí não há confusão.»Claro que não há confusão. Tirando aquele dia em que me chatearam com um artigo sobre cuidados alimentares das crianças porque a médica Isabel do Carmo dava o (mau) exemplo do Mini Milk da Olá (citada entre aspas) e esta empresa retirou uma campanha e todos me chatearam o juízo porque devíamos ter omitido a marca no texto e falado genericamente de gelados.Daqui.
Estes dias de verão, que não dão para ir à praia, mas que também não estão virados para se ficar por casa... Estes dias de verão são óptimos para o negócio.
Lá lá lá lá lá lá... Não tenho mesmo nada para dizer. Estou melhor da ex-bolha, obrigado.